Rito Escocês
O
Rito Escocês Antigo e Aceito, R∴E∴A∴A∴ ou simplesmente Rito Escocês, é um dos vários Ritos Maçónicos. Um
rito maçónico é um conjunto de especificações e preceitos utilizados para se
praticar os rituais maçónicos. Eles descrevem a ritualista, procedimentos,
listam os sinais,
toques, palavras e demais instruções secretas ao público geral.
Os
ensinamentos dos ritos são dados em série, divididos em graus. Cada grau traz
ensinamentos e cerimónias próprias. O Rito Escocês tem trinta e três graus. Por
ser o rito mais utilizado no Brasil, o senso comum o vê como único modelo de
maçonaria. Mas há outros ritos, mais de duzentos, com quantidades diferentes de
graus. Os trinta e três graus do rito são alcançados em diferentes corpos maçónicos.
Os três primeiros graus nas Lojas Simbólicas, são os graus de Aprendiz,
Companheiro e Mestre que estão presentes em todos os ritos que são regulados
pelos Grandes Orientes e Grandes Lojas. E os graus superiores ou altos graus,
do quarto ao trigésimo terceiro, são alcançados nas Lojas de Perfeição,
Capítulos e Areópagos, conselhos de Kadosh e Consistórios de Príncipes do Real
Segredo, que são jurisdicionados aos Supremos Conselhos.
No
geral é um rito ecuménico, com a finalidade inter-religiosa "semelhante ao sincretismo teísta mas
independente a religião". Ligado ao Antigo Testamento e à lenda de
Hiram, lenda base da Maçonaria simbólica, julga-se que alguns dos ritos
descritos eram praticados por outras ordens "secretas" ou
"esotéricas" existentes na França como os Martinistas, os Illuminati
e os Rosa-Cruz na Alemanha, e na Escócia como a resistência dos Templários que
ainda preservavam a sua ordem.
História
Os
primeiros indícios do início do rito são de meados de 1733, registos que
constam os graus chamados Mestres Escoceses. Lojas que funcionavam no Temple
Bar, na Inglaterra, e outras Lojas Francesas guardam registos destes graus. As
poucas referências encontradas indicam que estas eram sessões incomuns,
realizadas em cerimónias especiais.
Existe
muita controvérsia sobre a influência templária no R∴E∴A∴A∴, mas os
estudos mais actuais, feitos por Nicola Aslan e José Castellani, alegam que o
templarismo não influenciou o R∴E∴A∴A∴ propriamente dito, mas sim ao Rito de Perfeição ou de Heredom, sob a
pena de Andrew Ramsay, cavaleiro escocês que protagonizou a criação deste rito em
solo francês. O Rito de Perfeição ou de Heredom foi por esse motivo o ponto de
partida para o R∴E∴A∴A∴, mas
este sofreu vastas modificações até se ter tornado no que é hoje.
O Rito Escocês
Antigo e Aceito
Enquanto
os Antigos Deveres, tal como ficaram reflectidos nas Constituições de Anderson,
estabeleciam uma relação directa entre as narrativas lendárias do Ofício e a
Maçonaria especulativa, um texto como o Discurso de Ramsey (1736-1738) assinala
na Ordem maçónica uma origem cavalheiresca que remota, pelo menos, ao tempo das
cruzadas. O desenvolvimento do Escocismo, que conhecerá um período de
crescimento nos primeiros anos da década de 1760, é um fenómeno surgido na
Europa continental em que a França desempenhou um papel preponderante. Etienne
MORIN, fundador da Loja Mãe Escocesa de Bordéus, organizou em São Domingo e na
Jamaica, durante a década de 1760, a Maçonaria de Perfeição, com vinte e cinco
graus. À excepção do grau eminentemente cavalheiresco de Sublime Príncipe do
Real Segredo, que coroava o edifício, esta fundação utilizava os graus
procedentes de França. Mas, enquanto esses graus se praticavam separadamente,
agrupados em sequências diferentes segundo a qual fosse a Loja Mãe Escocesa que
concedia a patente, o que impunha às vezes matizes importantes no seu conteúdo
e prática, a fundação aludida determinou a sua forma, fixou o agrupamento dos
graus, hierarquizou e estruturou a sua organização.
Os Fundadores
Devemos
a Henry Andrew FRANCKEN, Deputado e Grande Inspector de Etienne MORIN na
América do Norte, uma transcrição dos rituais da Maçonaria de Perfeição que
constituem hoje uma preciosa referência para a prática do Rito Escocês Antigo e
Aceito. A Maçonaria de Perfeição estava dirigida por um Soberano Grande
Consistório criado em virtude das Constituições e Estatutos de 1762, chamados
de Bordéus. A origem daquele documento fundador importa pouco, mas podemos
reter a sua exposição de motivos, que conserva um carácter muito actual:
trata-se “num século no qual os valores
essenciais se vêm ameaçados, de restabelecer a Antiga Maçonaria conservando os
seus mais santos mistérios”. A ideia de organizar harmoniosamente, naquele
momento e num Rito, os diversos graus praticados, procede da noção da Ordem que
esteve na origem daquilo que viria a ser o Rito Escocês Antigo e Aceito. A
divisa ORDO AB CHAO, adoptada pelos fundadores do Rito, cujo sentido implica a acção
de um princípio de ordem organizador e regularizador do caos inicial,
sinalizava a sua vontade de por fim, definitivamente, à situação gerada pela
anárquica proliferação de graus escoceses. A fundação do Rito Escocês Antigo e
Aceito, como anteriormente a da Maçonaria de Perfeição, que adoptava o conjunto
de graus, punha em prática graus praticados já anteriormente em França e nas
Antilhas.
Supremo
Conselho
A
Maçonaria é uma ordem iniciática, tradicional e universal, baseada na fraternidade.
Ela constitui uma aliança de homens de boa moral, de todas as origens,
nacionalidades, cultura e crenças. Os Maçons reúnem-se em Lojas – ou Ateliês -
onde se reúnem periódica e ritualmente. O mais importante rito do mundo é o
Rito Escocês Antigo e Aceito. O Rito Escocês Antigo e Aceite contêm 33 graus.
Os três primeiros são administrados pelas Grandes Lojas. Os restantes 30 graus
(do 4º ao 33º Grau) são administrados pelo "Supremo
Conselho do 33º e último grau do Rito Escocês Antigo e Aceito." Todos
os Supremos Conselhos regularmente constituídos no mundo trabalham "para a
Glória do Grande Arquitecto do Universo." A sua divisa é “DEUS MEUMQUE
JUS”. Estas instituições são definidas pelos textos fundadores, pelas
Constituições de Bordéus de 1762, pela Grande Constituição de Berlim de 1786 e
revista no Convento Internacional do Supremos Conselhos reunidos em Lausana em
1875. Cada Supremo Conselho tem a sua soberania plena no seu território, uma
soberania plena e com total independência. Os Supremos Conselhos não interferem
na legislação e administração das Grandes Lojas. Os Supremos Conselhos governam
exclusivamente as oficinas do 4º ao 33º grau.
Localidade
O
rito não foi idealizado na Escócia, mas leva este nome por ter suas raízes lá.
Ele começou a ser formulado na França com o nome de Rito de Heredom e possuía
apenas vinte e cinco graus. Foi nos EUA que ele passou a ser chamado de Rito
Escocês Antigo e Aceito e mais oito graus foram adicionados, somando os actuais
trinta e três graus. Em 1855 começou a ser revisado por Albert Pike passando a ser praticado por um contingente maior de
maçons e em 1801 foi criado o Primeiro Supremo Conselho, ou "Mãe do
Mundo", hoje conhecido como Supremo Conselho do Rito Escocês da Jurisdição
Sul dos EUA.
O
Rito chega aos EUA no final do século XVIII com vinte e dois graus apenas. Foi
a influência dos "11 cavalheiros de Charleston", na Carolina do Sul que
adicionou mais sete graus filosóficos e um grau honorifico e em 1801 foi criado
o primeiro Conselho Supremo para administrar os trinta graus do rito.
Origem do Nome
Maçons
Antigos, Livres & Aceitos é um termo presente na maçonaria mesmo antes da
criação do REAA. Pode aparecer informalmente após o nome de órgãos maçónicos,
como potencias, ou fazer parte de nomes oficiais. É comum que algumas vezes
retirem o termo Antigo utilizando apenas Livres e Aceitos. Foi este costume que
influenciou a escolha do nome do Rito Escocês Antigo e Aceito.
No
século XVIII havia duas Grandes Lojas rivais na Inglaterra. Os membros da
"Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra", fundada em
1717, eram conhecidos como Modernos, já os membros da "Grande Loja dos
Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de acordo com as Antigas
Constituições", conhecida como "Antiga Grande Loja da
Inglaterra", eram chamados de Antigos. Depois de mais de meio século de
rivalidade, as duas potencias maçónicas resolveram se unir em 1813, com isso
muitas lojas usavam "Maçons Livres e Aceitos" e outras usavam o
"Antigo".
Foi
esta influência inglesa que deu o nome ao Rito Escocês Antigo e Aceito.
Diferente do termo "Livre e Aceito", também comum na maçonaria, que
se refere respectivamente aos maçons operativos que tinham direito de viajar
entre os feudos livremente e Aceitos se referindo aos maçons especulativos que
passaram a ser aceitos na maçonaria.
Albert Pike
Albert
Pike é o responsável pela mais importante revisão e estruturação que o REAA recebeu.
Com dez anos de maçonaria, Pike foi convencido por Albert Mackey para ingressar
no REAA. Viajou para Charleston, onde ficava o Supremo Conselho, e recebeu as
instruções do 4.º ao 32.º grau e começou a ajudar o conselho a estruturar,
revisar e consolidar o rito. Em 1860, a Guerra de Secessão forçou o Supremo
Conselho a se mudar para Washington, D.C.
Em
dois anos Pike acabou o trabalho e recebeu o grau honorífico de Soberano Grande Comendador, o grau 33
do REAA, em 1859. Outras edições do trabalho foram feitas, mas a oficial foi
publicada em 1884 com título Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito da
Maçonaria, ou simplesmente Moral e Dogma.
Graus do Rito
Escocês Antigo e Aceito
Quando
os maçons atingem o 3º Grau, estão em pleno gozo de suas prerrogativas maçónicas,
uma vez que originalmente a Grande Loja Unida da Inglaterra trabalhou
sucessivamente com dois (Aprendiz e Companheiro) e depois com três graus que
ensinavam a parte da filosofia base da simbólica maçónica.
Os
graus referidos como "superiores" são elevados e em número de trinta,
onde a filosofia e a moral são estudadas simbolicamente, em cada grau, com
lendas ou mitos a estes associados. Eles são geridos por vários Supremos
Conselhos, que têm como objectivo manter a uniformidade mundial dos rituais e
dos métodos utilizados.
Existe
também o Rito Escocês Rectificado, também chamado de Rito de Willermoz em
alusão ao seu idealizador, Jean Baptiste Willermoz, que tencionava trazer de
volta o rito às suas origens templárias com fortes ecos no Rito de Perfeição ou
de Heredom, do qual deriva o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Graus
simbólicos ou tradicionais
1)
Aprendiz
2)
Companheiro
3)
Mestre
Inefáveis
(Lojas de Perfeição)
4)
Mestre Secreto
5)
Mestre Perfeito
6)
Secretário Íntimo ou Mestre por Curiosidade
7)
Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês
8)
Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel
9)
Cavaleiro Eleito dos Nove ou Mestre Eleito dos Nove
10)
Cavaleiro Eleito dos Quinze ou Ilustre Eleito dos Quinze
11)
Sublime Cavaleiro dos Doze ou Sublime Cavaleiro Eleito
12)
Grão-Mestre Arquitecto
13)
Cavaleiro do Real Arco (de Enoch)
14)
Grande Eleito, Perfeito e Sublime Maçom
Capitulares
(Capítulos Rosa-Cruzes)
15)
Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16)
Príncipe de Jerusalém (Grande Conselheiro)
17)
Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18)
Cavaleiro ou Soberano Príncipe Rosa-Cruz
Filosóficos
(Areópagos ou Conselhos de Kadosh)
19)
Grande Pontífice ou Sublime Escocês de Jerusalém Celeste
20)
Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre "ad Vitam" ou Venerável
Grão-Mestre de todas as lojas
21)
Cavaleiro Prussiano ou Noaquita
22)
Cavaleiro Real Machado ou Príncipe do Líbano
23)
Chefe do Tabernáculo
24)
Príncipe do Tabernáculo
25)
Cavaleiro da Serpente De Bronze
26)
Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário
27)
Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Salomão
28)
Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto
29)
Grande Cavaleiro Escocês de Santo André da Escócia ou Patriarca dos Cruzados ou
Grão-Mestre da Luz
30)
Grande Inquisidor, Grande Eleito Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca
e Negra
"Administrativos
(Consistórios de Príncipes do Real Segredo)"
31)
Grande Juiz Comendador ou Grande Inspector Inquisidor Comendador
32)
Sublime Cavaleiro do Real Segredo ou Soberano Príncipe da Maçonaria
33)
Grande Inspector-geral.
Rito de
Perfeição e Rito Escocês
O
Rito de Perfeição ou de Heredom continha oito graus a menos, além de outras
diferenças. Os nomes dos graus variam muito de um Supremo Conselho para outro.
Rito
de Perfeição Rito Escocês
1.
Aprendiz - 1. Aprendiz
2.
Companheiro - 2. Companheiro
3.
Mestre - 3. Mestre
4.
Mestre Secreto - 4. Mestre Secreto
5.
Mestre Perfeito - 5. Mestre Perfeito
6.
Secretário Íntimo - 6. Secretário Íntimo
7.
Intendente dos Edifícios - 7. Preboste e Juiz
8.
Preboste e Juiz - 8. Intendente dos
Edifícios
9.
Eleito dos Nove - 9. Eleito dos Nove
10.
Eleito dos Quinze - 10. Ilustre Eleito dos Quinze
11.
Ilustre Eleito Chefe das Doze Tribos - 11. Sublime Cavaleiro Eleito
12.
Grande Mestre Arquiteto - 12. Grande
Mestre Arquiteto
13.
Real Arco de Salomão - 13. Cavaleiro do Real Arco
14.
Grande Eleito, Antigo e Perfeito Mestre - 14. Grande Eleito, Perfeito e Sublime
Maçom
15.
Cavaleiro da Espada - 15. Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16.
Príncipe de Jerusalém - 16. Príncipe de Jerusalém
17.
Cavaleiro do Oriente e do Ocidente -17. Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18.
Cavaleiro Rosa-Cruz - 18. Cavaleiro Rosa-Cruz
19.
Grande Pontífice -19. Grande Pontífice ou Sublime Escocês
20.
Noaquita ou Cavaleiro Prussiano - 20. Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre
Ad-vitam
21.
Grande Patriarca - 21. Noaquita ou Cavaleiro Prussiano
22.
Príncipe do Líbano - 22. Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano
23.
Chefe do Tabernáculo
24.
Príncipe do Tabernáculo
25.
Cavaleiro da Serpente de Bronze
26.
Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário
27.
Grande Comandante do Templo
28.
Cavaleiro do Sol ou Soberano Príncipe Adepto - 28. Cavaleiro do Sol ou Príncipe
Adepto
29.
Ilustre Cavaleiro Comandante da Águia Branca e Negra - 29. Grande Cavaleiro Escocês de Santo André
30.
Ilustre e Soberano Príncipe da Maçonaria, Grande Cavaleiro Comandante do Real
Segredo - 30 Cavaleiro Kadosh ou
Cavaleiro da Águia Branca e Negra
31.
Grande Inspector Inquisidor
32.
Sublime Príncipe do Real Segredo
33.
Grande Inspector Geral da Ordem
(da
Vikipédia)
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