Universidade
de Salamanca
Fundação 1218
É
a universidade mais antiga daquele país e a quarta fundada na Europa, posterior
somente às universidades de Bolonha, Oxford e Paris.
Excluindo-se
a efémera Universidade de Palência nos anos de 1175 a 1180 (que nunca foi
reconhecida efectivamente com o título de universidade), a Universidade de
Salamanca é a mais antiga da Península Ibérica.
Como
conjunto de escolas catedrais, foi criada em 1134 por el-rei Afonso VII. A
fundação da Universidade, como tal, data do ano 1218 por el-rei Afonso IX, com
a categoria de Estudo Geral do seu reino. O título de Estudo Geral indicava a
diversidade das disciplinas ensinadas, a sua condição de estabelecimento
público, isto é, sem o carácter privado de colégios anteriores, sendo uma
instituição aberta a todos que para ela tivessem merecimento (no conceito da
época). A condição de Estudo Geral garantia também o reconhecimento real dos
títulos que fossem concedidos. Em 1255, recebeu o título de universidade pelo
Papa Alexandre IV.
A
instituição levou cerca de dois séculos para conseguir contar com edifícios
próprios onde ministrar a docência. Até ter edifício próprio, as aulas eram
ministradas no claustro catedralício do templo magno da cidade, em casas
arrendadas ao cabido e na igreja de San Benito.
Durante
o reinado de Afonso X, o Sábio, o Estudo Geral foi transformado em
Universidade. O cardeal aragonês Pedro de Luna, que, depois, seria o papa de
Avinhão Bento XIII, foi um grande protector da instituição, impulsionando a
compra dos primeiros edifícios e a construção das Escuelas Mayores, o edifício
histórico da Universidade, a partir do ano 1411.
Para
além das Escolas Universitárias (o equivalente às actuais Faculdades), o ensino
eram ministrado em Colégios Mayores, para licenciaturas e doutoramentos, e
Colégios Menores, para bacharelato. Os colégios eram, em geral, organizados
segundo a origem maioritária dos seus estudantes. De entre os mais importantes,
destacam-se os colégios de Oviedo, de Cuenca, dos Nobres Irlandeses, de Anaya e
de San Bartolomé, entre outros.
Entre
muitas outras questões pioneiras em diversos ramos do saber, coube, ao claustro
desta Universidade, discutir a viabilidade do projecto de Cristóvão Colombo e
as consequências que adviriam da veracidade das suas afirmações. Uma vez descoberta
a América, nele se discutiu sobre o direito dos indígenas ameríndios a serem
reconhecidos com plenitude de direitos pessoais, algo revolucionário para a
época. Nele, também se analisaram, pela primeira vez de forma sistematizada, os
processos económicos, e se procedeu ao desenvolvimento da ciência do direito.
Para
além das contribuições pioneiras para a ciência, a Universidade de Salamanca
foi um importante foco humanista e a principal fonte de que se nutria a
administração da monarquia hispânica para criar e manter o seu Estado e a
administração imperial que lhe estava associada.
Matemáticos
de Salamanca estudaram a reforma do calendário por encargo do papa Gregório
XIII e propuseram a solução que, posteriormente, se adoptou.
O
auge da fama da instituição atingiu-se em finais do século XVI, período em que,
nela, conviveram alguns dos intelectuais mais brilhantes da Península Ibérica,
formando o que ficou conhecido como a escola de Salamanca. Por volta de 1580, a
Universidade salamantina admitia cerca de 6 500 estudantes novos em cada ano,
fazendo, dela, uma das maiores do mundo de então.
A
influência da Universidade de Salamanca ultrapassou em muito as fronteiras de
Castela, atraindo numerosos estudantes e investigadores estrangeiros. Foram
muitos os portugueses que nela cursaram, incluindo alguns dos mais brilhantes
intelectuais portugueses do Renascimento. (da VIKIPEDIA)
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