Cartas Filosóficas
Lettres
philosophiques ou Lettres anglaises no original, Cartas Inglesas ou
Cartas Filosóficas em português é uma colecção de ensaios escritos por Voltaire baseado em suas experiências
vividos na Inglaterra entre 1722 e 1734. Os ensaios foram publicados tanto na
França e na Inglaterra em 1734.
Em
alguns aspectos, o livro pode ser comparado com Da democracia na América por
Alexis de Tocqueville, na maneira de uma explicação lisonjeira da nação do
ponto de vista de um estrangeiro, através das observações de Voltaire acerca
dos aspectos culturais da nação inglesa, a sociedade e o governo são vistos de
modo afável em comparação com o equivalente francês.
Sumário
As
Cartas Inglesas consiste-se em vinte e quatro cartas:
Carta
I: Sobre os Quaker
Carta
II: Sobre os Quaker
Carta
III: Sobre os Quaker
Carta
IV: Sobre os Quaker
Carta
V: Sobre a igreja da Inglaterra
Carta
VI: Sobre os Presbiterianos
Carta
VII: Sobre o Socianismo, ou Arianos, ou Anti-trinitários
Carta
VIII: Sobre o Parlamento
Carta
IX: Sobre o Governo
Carta
X: Sobre o Comércio
Carta
XI: Sobre a Inoculação da Vacina
Carta
XII: Sobre Lord Bacon
Carta
XIII: Sobre Sr. Locke
Carta
XIV: Sobre Descartes e Sir Isaac Newton
Carta
XV: Sobre a Atração
Carta
XVI: Sobre a Óptica de Sir Isaac Newton
Carta
XVII: Sobre os Infinitos na Geometria, e a Cronologia de Sir Isaac Newton
Carta
XVIII: Sobre a Tragédia
Carta
XIX: Sobre a Comédia
Carta
XX: Como a Nobreza Cultivou as Belas Letras
Carta
XXI: Sobre o Conde de Rochester e o Sr. Waller
Carta
XXII: Sobre o Sr. Pope e alguns outros famosos poetas
Carta
XXIII: Sobre a Consideração que se Deveria ter para com um Homem de Letras.
Carta
XXIV: Sobre a Academia Real Inglesa e outras Academias.
Religião
A
primeira abordagem de Voltaire sobre a religião se da nas cartas 1-7. Ele
especificamente fala sobre os Quaker (1-4), Anglicanos (5), Presbiterianos (6),
e o Socianismo (7).
Nas
cartas 1-4, Voltarei descreve os Quaker, seus costumes, suas crenças, e suas
histórias. Apreciando a sua simplicidade em relação aos rituais. Em particular,
ele elogia a ausência do baptismo ("Nós não somos da opinião de que o
borrifamento de água na cabeça das crianças fazem dela um cristão"), e
a falta de comunhão ("'Como! sem
comunhão?' disse eu. 'Apenas aquela espiritualidade, respondeu ele, 'dos
corações'"), e a falta de padres ("'Vocês então, não tem padres? disse eu a eles. 'Ah, não, não, meu
amigo,' responde o Quaker, 'para nossa grande felicidade'"), apesar de
ainda manifestar preocupação quanto a natureza manipuladora das religiões
organizadas.
A
carta 5 é endereçada à religião Anglicana, a qual Voltaire compara
favoravelmente com o Catolicismo ("No
que diz respeito a moral do clero inglês, eles são mais regulares do que
daqueles da França"), mas ele critica a forma de como se mantiveram fiéis,
aos rituais católicos, em particular ("O
clero inglês retiveram um grande numero de cerimonias romanas, e especialmente
a maneira como recebem, de maneira inescrupolosa o dízimo. Eles também tem um
ambição piedosa em relação a superioridade).
Na
carta 6, Voltaire ataca os Presbiterianos, a qual lhes vê como intolerantes
("O Presbiteriano é seriamente afitado,
através de um olhar azedo, veste um grande chapéu de abas largas e uma longa
capa sobre um casaco muito curto, prega através de murmúrios e sons nasais, e
dão o nome de prostituta da Babilônia a todas as igrejas as quais os ministros
são tão afortunados que podem apreciar uma receita anual de cinco ou seis mil
libras, e onde as pessoas são fracas o suficiente para sofrer disso, e dar-lhes
o titulo de meu senhor, sua senhoria, ou sua eminência") além de serem
excessivamente rigorosos ("Nem
operas, jogos, ou concertos são permitidos em Londres aos domingos, e até mesmo
cartas são expressamente proibidas, de maneira que ninguém a não ser pessoas de
qualidade, e aqueles a qual chamamos de gentis, jogam nesse dia; o resto da
nação vai ou à igreja, ou à taverna, ou ver as suas amantes").
Por
fim, na carta 7, ele fala sobre os "Socinianos", a qual o sistema de
crença é de alguma maneira relatado com a própria visão deísta de Voltaire.
Voltaire argumenta que, embora esta seita inclua em sua época os mais
importantes tipos de pensadores (incluindo Newton e Locke), isto não é
suficiente para persuadir o senso comum de que seja lógico. De acordo com
Voltaire, os homens preferem seguir os ensinamentos de "autores miseráveis" tais como
Martinho Lutero, João Calvino, ou Ulrico Zuínglio.
Política
Nas
cartas 8 e 9, Voltaire discursa sobre o sistema politico inglês.
A
carta 8 fala sobre o parlamento britânico, a qual ele compara simultaneamente
com Roma e a França. Nos termos de Roma, Voltaire critica o fato da
Grã-Bretanha ter entrado na Guerra dos Trinta Anos (enquanto que Roma não),
apesar dele elogiar o fato da Grã-Bretanha ter servido a liberdade em vez da
tirania (como fez Roma). Nos termos da França, Voltaire responde a critica
francesa no que concerne ao regicídio de Carlos I, destacando o processo
judicial britânico em oposição aos assassinatos de Henrique VII, Sacro Império
Romano-Germânico ou Henrique III da França, ou os múltiplos atentados contra a
vida de Henrique IV da França.
Na
carta 9, Voltaire faz um breve relato da história da Carta Magna, que fala
sobre a igualdade da distribuição da justiça, e a cobrança de impostos.
Comércio
Na
carta 10, Voltaire elogia o sistema de comércio da Inglaterra, seus benefícios,
e o que ela trouxe para a nação Inglesa desde 1707. Segundo Voltaire, o
comércio contribuiu grandemente para a liberdade do povo Inglês, e esta
liberdade em troca contribuiu para a expansão do comércio. Foi o seu comércio
também que conferiu a Inglaterra um enorme poder militar e comercial marítimo.
Além disso, Voltaire aproveita a oportunidade para satirizar os nobres alemães
e franceses que ignoram esse tipo de empresa. Para Voltaire, os nobres são
menos importantes que o empresário que "contribui para a felicidade do
mundo."
Ciência
Na
Carta 11, Voltaire argumenta em favor da prática Inglesa da inoculação da
vacina, que foi fortemente rechaçada e condenada pela Europa continental. Esta
carta é provavelmente uma resposta a um surto epidémico de varíola que ocorreu
em 1723 em Paris, a qual matou 20.000 pessoas.
Filosofia
Na
carta 12 relata sobre Francis Bacon,
autor de Novum Organum e pai da filosofia experimental.
Na
carta 13 relata sobre John Locke e
suas teorias acerca da imortalidade da alma.
Na
carta 14 compara o filósofo Britânico Isaac
Newton com o filósofo francês René
Descartes. Após a sua morte em 1727, Newton foi comparado com Descartes em
um elogio realizado pelo filósofo francês Fontenelle. Enquanto os britânicos
não apreciam esta comparação, Voltaire afirma que Descartes, também, foi um
grande filósofo e matemático.
Na
carta 15 centra-se na obra de Newton
como as leis da atração. A Carta 16 fala sobre o trabalho de Newton com a
óptica. A Carta 17 discute o trabalho de Newton com a geometria e as suas
teorias sobre o fim do mundo.
Literatura
Na
carta 18, Voltaire diz sobre a tragédia Inglesa, especificamente as de William
Shakespeare. Voltaire apresenta ao seu leitor o famoso solilóquio de Hamlet, juntamente
com uma tradução para o francês dos versos ritimados. Ele também cita uma
passagem de John Dryden e nos dá uma tradução.
Na
carta 19, Voltaire relata a comédia Inglesa, citando William Wycherley, John
Vanbrugh e William Congreve.
Na
carta 20 a um relato breve das belles lettress da nobreza, incluindo Conde de
Rochester e Edmund Waller.
A
carta 21 se refere ao poeta Jonathan Swift e Alexander Pope.
Na
carta 23, Voltaire argumenta que os britânicos honram os seus homens de letras
muito melhor do que o franceses em termos de dinheiro e de veneração
Na
última carta, carta 24, se discute a Academia Real Inglesa, a qual ele compara
com a Academia Francesa.
Carta XXV
Pascal
Na
carta 25, que não foi incluída na primeira edição de vinte-quatro cartas, Voltaire
critica certas ideias de Blaise Pascal
tirando citação de seus Pensamentos e dando-lhe a sua própria opinião da
matéria. A mais importante diferença entre estes dois filósofos se coloca em
seus conceitos de homem. Pascal insiste no aspecto miserável do homem que deve
preencher o vazio de sua existência com diversão e vaidades, enquanto Voltaire
aceita o optimismo dos iluministas e sua visão de mundo.
(da
vikipédia)
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