Retrato de Inigo Jones, por van Dyck
Maçonaria na
Inglaterra de 1567 até 1666
O
progresso da Maçonaria no Sul da Inglaterra desde o reinado de Elizabeth ao
incêndio de Londres em 1666.
A
rainha tinha a certeza de que a fraternidade era composta de arquitectos
talentosos e amantes das artes e que os assuntos do Estado foram pontos em que
eles nunca interfeririam, o que foi perfeitamente reconciliado com suas
assembleias, a maçonaria fez um grande progresso neste período. Durante seu
reinado, lojas foram criadas em diferentes lugares do reino, particularmente em
Londres e seus arredores, onde o número de irmãos aumentaram consideravelmente
e várias grandes obras foram realizadas sob os auspícios de Sir Thomas Gresham, de quem a
fraternidade recebeu muito incentivo.
Charles Howard, conde de
Effingham, sucedeu a Sir Thomas no cargo de Grão-Mestre e continuou a presidir
as lojas até o ano de 1588, quando George
Hastings, conde de Huntingdon, foi escolhido, permanecendo no cargo até a
morte da rainha em 1603.
Na
morte de Elizabeth, as coroas da Inglaterra e Escócia estavam unidas, assim seu
sucessor James VI da Escócia foi
proclamado rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda em 25 de Março de 1603. Neste
período, a maçonaria floresceu em ambos os reinos e lojas foram reunidas sob o
patrocínio real. Muitos senhores voltavam de suas viagens, cheios de ideias
louváveis para reavivar a antiga maçonaria romana e grega. Estes viajantes
engenhosos trouxeram fragmentos de documentos antigos, desenhos curiosos e
livros de arquitectura. Entre eles o celebre Inigo Jones, um cidadão de Londres que foi aprendiz de um
marceneiro e tinha um gosto natural para a arte de projectar. Ele era conhecido
por sua habilidade em pintura de paisagem e foi apadrinhado pelo erudito
William Herbert, depois conde de Pembroke. Ele fez uma tourné na Itália e
aprendeu com alguns dos melhores discípulos do famoso Andrea Palladio. Em seu retorno à Inglaterra, deixou de lado o
lápis e confinou seu estudo a arquitectura, se tornando o Vitruvius da Grã-Bretanha e o rival de Palladio.
Este
célebre artista foi nomeado inspector geral pelo rei James I, sob cujos
auspícios floresceu a ciência da maçonaria. Ele foi nomeado Grão-Mestre da Inglaterra pelo seu soberano para presidir
as lojas. Durante sua administração, vários homens eruditos foram iniciados na
maçonaria e a sociedade aumentou consideravelmente em termos de reputação.
Artistas engenhosos diariamente recorriam a Inglaterra, onde se reuniram com
grande incentivo. Lojas foram constituídas como seminários de instrução nas
ciências e artes, segundo o modelo das escolas italianas. As comunicações da
fraternidade foram estabelecidas e as festas anuais realizadas regularmente.
Muitas
estruturas curiosas e magníficas foram construídas sob a direcção deste arquitecto
e entre outros, ele foi contratado por ordem do soberano para planejar um novo
palácio em Whitehall, digno da residência dos reis da Inglaterra. Em 1607, a
pedra fundamental desta peça elegante da verdadeira maçonaria foi colocada pelo
rei James, na presença de Grão-Mestre Jones, e seus oficiais, William Herbert
(Conde de Pembroke) e Nicholas Stone (Pedreiro mestre da Inglaterra). A cerimonia
foi conduzida com a maior pompa e esplendor e uma bolsa de amplas peças de ouro
colocadas sobre a pedra, para permitir que os pedreiros se deliciassem. Este
edifício foi destinado para a recepção de embaixadores e outros públicos do
Estado. O edifício é regular e imponente, de três andares, o teto da grande
sala que agora é usado como uma capela, foi ricamente pintado pelo célebre Sir Peter Paul Rubens, que foi embaixador
na Inglaterra na época de Charles I. O assunto é, a entrada, inauguração, e
coroação do rei James, representado por emblemas pagãos e é justamente
considerado como uma das melhores performances deste mestre eminente. Foi
considerado um dos melhores tetos no mundo.
Inigo
Jones continuou no cargo de Grão-Mestre até o ano de 1618, quando foi sucedido
pelo conde de Pembroke, sob cuja administração muitos homens eminentes e ricos
foram iniciados e os mistérios da Ordem realizados em alta estima.
Com
a morte do rei James em 1625, Charles subiu ao trono. O conde de Pembroke
presidiu a fraternidade até 1630, quando renunciou em favor de Henry Danvers
(conde de Danby) que foi sucedido em 1633 por Thomas Howard (Conde de Arundel),
o progenitor da família Norfolk. Em 1635, Francis Russel (Conde de Bedford)
aceitou o governo da sociedade, mas Inigo Jones, com assiduidade incansável,
continuou a patrocinar as lojas durante a administração de sua senhoria, sendo
assim reeleito no ano seguinte e continuou no cargo até sua morte em 1646.
O
talento deste célebre arquitecto foi exibido em muitas estruturas curiosas e
elegantes, tanto em Londres, quando no restante do país.
As
guerras civis obstruíram o progresso da maçonaria na Inglaterra por algum
tempo. Depois da Restauração, ela começou a reviver sob o patrocínio de Charles II, que tinha sido recebido na
Ordem durante o seu exílio.
Em
27 de dezembro de 1663, uma assembleia-geral foi realizada, na qual Henry Jermyn (Conde de St. Alban) foi
eleito Grão-Mestre e nomeou Sir John Denham knt, seu deputado e o Sr.
Christopher Wren e John Webb seus oficiais. Vários regulamentos úteis foram
feitos nesta assembleia, para o melhor governo das lojas e maior harmonia
prevaleceu entre toda a fraternidade.
Thomas
Savage (Conde de Rivers) sucedeu o conde de St. Alban no cargo de Grão-Mestre
em Junho de 1666, Sir Christopher Wren foi nomeado deputado e distinguiu-se mais
do que qualquer outro de seus antecessores no cargo, promovendo a prosperidade
das poucas lojas que ocasionalmente se reuniam neste momento. Particularmente a antiga loja de St. Paul, agora loja da
Antiguidade, que ele patrocinou mais de 18 anos. As honras que este
personagem célebre recebeu na sociedade são provas evidentes da sua fixação
pela fraternidade.
Fonte
– Illustrations of Masonry by William Preston
traduzido por Luciano R. Rodrigues
Sem comentários:
Enviar um comentário