sexta-feira, 23 de março de 2018

Maçonaria na Inglaterra de 1567 até 1666


Retrato de Inigo Jones, por van Dyck

Maçonaria na Inglaterra de 1567 até 1666

O progresso da Maçonaria no Sul da Inglaterra desde o reinado de Elizabeth ao incêndio de Londres em 1666.

A rainha tinha a certeza de que a fraternidade era composta de arquitectos talentosos e amantes das artes e que os assuntos do Estado foram pontos em que eles nunca interfeririam, o que foi perfeitamente reconciliado com suas assembleias, a maçonaria fez um grande progresso neste período. Durante seu reinado, lojas foram criadas em diferentes lugares do reino, particularmente em Londres e seus arredores, onde o número de irmãos aumentaram consideravelmente e várias grandes obras foram realizadas sob os auspícios de Sir Thomas Gresham, de quem a fraternidade recebeu muito incentivo.

Charles Howard, conde de Effingham, sucedeu a Sir Thomas no cargo de Grão-Mestre e continuou a presidir as lojas até o ano de 1588, quando George Hastings, conde de Huntingdon, foi escolhido, permanecendo no cargo até a morte da rainha em 1603.

Na morte de Elizabeth, as coroas da Inglaterra e Escócia estavam unidas, assim seu sucessor James VI da Escócia foi proclamado rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda em 25 de Março de 1603. Neste período, a maçonaria floresceu em ambos os reinos e lojas foram reunidas sob o patrocínio real. Muitos senhores voltavam de suas viagens, cheios de ideias louváveis para reavivar a antiga maçonaria romana e grega. Estes viajantes engenhosos trouxeram fragmentos de documentos antigos, desenhos curiosos e livros de arquitectura. Entre eles o celebre Inigo Jones, um cidadão de Londres que foi aprendiz de um marceneiro e tinha um gosto natural para a arte de projectar. Ele era conhecido por sua habilidade em pintura de paisagem e foi apadrinhado pelo erudito William Herbert, depois conde de Pembroke. Ele fez uma tourné na Itália e aprendeu com alguns dos melhores discípulos do famoso Andrea Palladio. Em seu retorno à Inglaterra, deixou de lado o lápis e confinou seu estudo a arquitectura, se tornando o Vitruvius da Grã-Bretanha e o rival de Palladio.

Este célebre artista foi nomeado inspector geral pelo rei James I, sob cujos auspícios floresceu a ciência da maçonaria. Ele foi nomeado Grão-Mestre da Inglaterra pelo seu soberano para presidir as lojas. Durante sua administração, vários homens eruditos foram iniciados na maçonaria e a sociedade aumentou consideravelmente em termos de reputação. Artistas engenhosos diariamente recorriam a Inglaterra, onde se reuniram com grande incentivo. Lojas foram constituídas como seminários de instrução nas ciências e artes, segundo o modelo das escolas italianas. As comunicações da fraternidade foram estabelecidas e as festas anuais realizadas regularmente.

Muitas estruturas curiosas e magníficas foram construídas sob a direcção deste arquitecto e entre outros, ele foi contratado por ordem do soberano para planejar um novo palácio em Whitehall, digno da residência dos reis da Inglaterra. Em 1607, a pedra fundamental desta peça elegante da verdadeira maçonaria foi colocada pelo rei James, na presença de Grão-Mestre Jones, e seus oficiais, William Herbert (Conde de Pembroke) e Nicholas Stone (Pedreiro mestre da Inglaterra). A cerimonia foi conduzida com a maior pompa e esplendor e uma bolsa de amplas peças de ouro colocadas sobre a pedra, para permitir que os pedreiros se deliciassem. Este edifício foi destinado para a recepção de embaixadores e outros públicos do Estado. O edifício é regular e imponente, de três andares, o teto da grande sala que agora é usado como uma capela, foi ricamente pintado pelo célebre Sir Peter Paul Rubens, que foi embaixador na Inglaterra na época de Charles I. O assunto é, a entrada, inauguração, e coroação do rei James, representado por emblemas pagãos e é justamente considerado como uma das melhores performances deste mestre eminente. Foi considerado um dos melhores tetos no mundo.

Inigo Jones continuou no cargo de Grão-Mestre até o ano de 1618, quando foi sucedido pelo conde de Pembroke, sob cuja administração muitos homens eminentes e ricos foram iniciados e os mistérios da Ordem realizados em alta estima.

Com a morte do rei James em 1625, Charles subiu ao trono. O conde de Pembroke presidiu a fraternidade até 1630, quando renunciou em favor de Henry Danvers (conde de Danby) que foi sucedido em 1633 por Thomas Howard (Conde de Arundel), o progenitor da família Norfolk. Em 1635, Francis Russel (Conde de Bedford) aceitou o governo da sociedade, mas Inigo Jones, com assiduidade incansável, continuou a patrocinar as lojas durante a administração de sua senhoria, sendo assim reeleito no ano seguinte e continuou no cargo até sua morte em 1646.

O talento deste célebre arquitecto foi exibido em muitas estruturas curiosas e elegantes, tanto em Londres, quando no restante do país.

As guerras civis obstruíram o progresso da maçonaria na Inglaterra por algum tempo. Depois da Restauração, ela começou a reviver sob o patrocínio de Charles II, que tinha sido recebido na Ordem durante o seu exílio.

Em 27 de dezembro de 1663, uma assembleia-geral foi realizada, na qual Henry Jermyn (Conde de St. Alban) foi eleito Grão-Mestre e nomeou Sir John Denham knt, seu deputado e o Sr. Christopher Wren e John Webb seus oficiais. Vários regulamentos úteis foram feitos nesta assembleia, para o melhor governo das lojas e maior harmonia prevaleceu entre toda a fraternidade.

Thomas Savage (Conde de Rivers) sucedeu o conde de St. Alban no cargo de Grão-Mestre em Junho de 1666, Sir Christopher Wren foi nomeado deputado e distinguiu-se mais do que qualquer outro de seus antecessores no cargo, promovendo a prosperidade das poucas lojas que ocasionalmente se reuniam neste momento. Particularmente a antiga loja de St. Paul, agora loja da Antiguidade, que ele patrocinou mais de 18 anos. As honras que este personagem célebre recebeu na sociedade são provas evidentes da sua fixação pela fraternidade.
Fonte – Illustrations of Masonry by William Preston

traduzido por Luciano R. Rodrigues

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