Leon
Battista Alberti
Leon
Battista Alberti (Génova, 18 de Fevereiro de 1404 — Roma, 25 de Abril de 1472)
foi um arquitecto, teórico de arte e humanista italiano. Ao estilo do ideal
renascentista, foi filósofo da arquitectura e do urbanismo, pintor, músico e
escultor. Sua vida é descrita em Vite, de Giorgio Vasari. Personificou o ideal
renascentista do «uomo universale», ou seja, o letrado humanista capaz em
numerosos campos de actividade.
Filho
ilegítimo de um florentino exilado em Génova, pertencente a uma família de
mercadores. Estudou Direito na Universidade de Bolonha. Sua carreira jurídica
foi abreviada em consequência de uma doença que lhe provocou a perda parcial da
memória.
Os
interesses de Alberti viraram-se, então, para a ciência e para a arte. Leitor
atento de Vitrúvio, escreveu seu célebre tratado De re aedificatoria (impresso
depois de sua morte) tomando como base de referência a arte da Antiguidade.
Baseava na música dos números a harmonia das proporções e concebia o edifício
como um todo, solidário em cada um de seus elementos. Foi excelente na
concepção de plantas e modelos. Deve-se-lhe a frontaria de Santa Maria Novella
e o Palácio Rucellai, em Florença; San Sebastiano e Sant'Andrea, em Mântua; e o
Templo Malatesta, de Rimini: a Igreja de São Francisco, à qual deu por fachada
um arco de triunfo.
Uma
célebre frase sua foi "Uma obra está completa quando nada
pode ser acrescentado, retirado ou alterado, a não ser para pior".
Sabe-se
que de 1432 a 1434 viveu em Roma, e mais tarde em Florença, Bolonha, Mântua e
Ferrara onde trabalhou também como arquitecto. A partir de 1443 ficou mais
tempo em Roma, onde se concentrou no estudo do legado clássico da cidade, cujo
resultado surgiu em seu livro «Descriptio urbis Roma» (Descrição da cidade de
Roma). Tornou-se assistente do papa Nicolau V, aconselhando-o em numerosos projectos,
como o desenho da reforma da Basílica de Santo Estêvão Redondo (Santo Stefano
Rotondo) e nos novos planos do Vaticano.
Em
Roma, em 1452, completou seu principal trabalho teórico, «De re aedificatoria libri decem» ou Dez Livros sobre Arquitectura,
o primeiro grande tratado moderno de arquitectura.
Vida
Nascido
em Genoa, Alberti é filho de mãe desconhecida e de um cidadão de Florença que
foi exilado da cidade, e que viria a retornar apenas em 1428. Leon foi estudar
em um externato, na cidade de Pádua. Em sequência, estudou direito em Bolonha.
Viveu por um tempo em Florença, até decidir mudar-se para Roma, já no ano de
1431. Por lá, ingressou na Igreja Católica, e fez parte da corte papal. Na
época, começou a estudar as ruínas antigas, o que fez com que despertasse o
interesse por arquitectura. Elas viriam a influenciar a obra de Alberti.
Alberti
era visto como um homem de sorte. Alto e forte, encontrou-se como escritor
ainda cedo, quando ainda era apenas uma criança. Aos vinte anos, já havia
escrito uma peça, que fora posteriormente reconhecida como um clássico
literário. Em 1435, começou seu primeiro grande trabalho: Della Pittura.
Inspirado na crescente pictórica ocorrida no início do século 15, a obra
analisa o estilo de pintura, e explora elementos como a perspectiva, a
composição e as cores.
Já
em 1438, começou a dedicar sua carreira à arquitectura, incentivado
principalmente por Leonello D'Este, para quem Alberti construiu um pequeno arco
do triunfo para suportar uma estátua do pai de Leonello. Em 1447, tornou-se
conselheiro de arquitectura do Papa Nicolau V. Desta forma, envolveu_se com
alguns projectos arquitectónicos do Vaticano.
Seu
primeiro grande trabalho com uma comissão arquitectónica aconteceu em 1446: a
fachada do Palácio Rucellai, em
Florença. O trabalho foi seguido pela parceria com Sigismundo Malatesta, para
transformar a Catedral Gótica de São Francisco, em Rimini, em uma capela memorial:
o Templo Malatestiano. Em Florença, projectou
as partes superiores da fachada da Igreja
de Santa Maria Novella. Resolveu um problema existente no local, e sua
técnica usada foi pioneira para arquitectos de igrejas por cerca de 400 anos.
Em 1452, completou o "De re
aedificatoria", um tratado arquitectónico que tem como base o trabalho
de Vitrúvio, e influenciado pelos
restos arqueológicos de Roma. Até 1485, o tratado ainda não havia sido
publicado. O trabalho foi seguido, já em 1464, pelo tratado "De Statua", que analisa a
escultura. Inclusive, a única escultura conhecida a respeito de Alberti é um
retrato dele em um medalhão, trabalho atribuído a Pisanello.
Foi
contratado para projectar duas igrejas em Mântua: a de São Sebastião, que não
foi terminada, e a Basílica de Santo André. O projecto desta só foi terminado
em 1471, um ano antes da morte de Alberti, mas foi totalmente construída, sendo
conhecida como o trabalho mais importante do arquitecto.
Como
artista, distinguiu-se da própria persona do simples artesão, educado em
oficinas. Foi considerado um humanista, e parte da expansão dos intelectuais e
artesãos apoiados pela corte e a alta sociedade da época. Ele é visto com bons
olhos, por ser proveniente de uma família nobre e membro da Cúria Romana. Era
bem-recebido pela Casa d'Este, em Ferrara, além de passar parte das temporadas
de verão em Urbino, junto a nobres da região, como o Duque Frederico III de
Montefeltro. Este era considerado um patrocinador da arte, por ter gasto boa
parte de suas riquezas com obras artísticas. Alberti chegou a até mesmo
planejar dedicar seu tratado em arquitectura ao amigo de Urbino.
Além
dos estudos em arquitectura, onde foi pioneiro, escreveu também um tratado a
respeito da criptografia, nomeado "De
componendis cifris", além da primeira gramática italiana. Junto ao
cosmógrafo Paolo Toscanelli, colaborou no ramo da astronomia, que confundia-se
com a geografia naquele período. Também produziu um pequeno trabalho
geográfico, em latim, de nome "Descriptio urbis Romae" (O Panorama da
cidade de Roma). Poucos anos antes de sua morte, produziu um ensaio sobre
Florença conhecido como "De iciarchia" (Governando o Lar), que
tratava sobre a cidade durante o governo da Dinastia Médici.
Devido
ao fato de ter entrado para a Igreja Católica, Alberti nunca se casou. Amante
dos animais, teve um cachorro de estimação, para quem ele chegou a escrever um
panegírico, denominado "Canis". Vasari o descreveu como um "cidadão admirável, com bagagem
cultural...amigo de homens talentosos, aberto e cortês com todos. Sempre viveu
com honra, e como o cavalheiro que sempre foi." Morreu em Roma, no dia
25 de Abril de 1472, aos 68 anos. (da Vikipédia)
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