Escolástica
Escolástica ou escolasticismo (do termo latino
scholasticus, e este por sua vez do grego σχολαστικός [que pertence à escola,
instruído]) foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas
universidades medievais europeias de cerca dos séculos IX ao XVI. Mais um
método de aprendizagem do que uma filosofia ou teologia, a escolástica nasceu
nas escolas monásticas cristãs, de modo a conciliar a fé cristã com um sistema
de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega. Colocava uma forte
ênfase na dialéctica para ampliar o conhecimento por inferência e resolver
contradições. A obra-prima de Tomás de Aquino, Summa Theologica,
frequentemente, vista como exemplo maior da escolástica.
O pensamento
escolástico
De acentos notadamente cristãos, a escolástica
surgiu da necessidade de responder às exigências da fé, ensinada pela Igreja,
considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a
Cristandade. Por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que
comungava da mesma fé. Essa linha vai do começo do século IX até ao fim do
século XVI, ou seja, até ao fim da Idade Média. Esse pensamento cristão deve o
seu nome às artes ensinadas na altura pelos académicos (escolásticos) nas escolas
medievais. Essas artes podiam ser divididas em Trivium (gramática, retórica e
dialéctica) e Quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música). A
escolástica resulta essencialmente do aprofundar da filosofia.
A filosofia, que, até então, possuía traços
marcadamente clássicos e helenísticos, sofreu influências da cultura judaica e
da cristã a partir do século V, quando pensadores cristãos perceberam a
necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, em uma tentativa de
harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Alguns temas que antes
não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como Providência e
Revelação Divina e Criação, passaram a fazer parte de temáticas filosóficas. A
escolástica possui uma constante de natureza neoplatónica, que conciliava
elementos da filosofia de Platão com valores de ordem espiritual,
reinterpretadas pelo Ocidente cristão. E mesmo quando Tomás de Aquino introduz
elementos da filosofia de Aristóteles no pensamento escolástico, essa constante
neoplatónica ainda é presente.
Basicamente, a questão-chave que vai atravessar
todo o pensamento escolástico é a harmonização de duas esferas: a fé e a razão.
O pensamento de Agostinho, mais conservador, defende uma subordinação maior da
razão em relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da
razão humana. Enquanto que a linha de Tomás de Aquino defende uma certa
autonomia da razão na obtenção de respostas, por força da inovação do
aristotelismo, apesar de em nenhum momento negar tal subordinação da razão à
fé.
Para a escolástica, algumas fontes eram
fundamentais no aprofundamento de sua reflexão, por exemplo os filósofos
antigos, a Bíblia e os Padres da Igreja, autores dos primeiros séculos cristãos
que tinham sobre si a autoridade de fé e de santidade.
Principais
representantes do pensamento escolástico
O pensador máximo da Escolástica claramente é São
Tomas de Aquino, podemos deixar isso em evidência pelo fato de dividirmos a
Escolástica em pré-tomistas e pós-tomistas.
Os principais pré-tomistas são: João Escoto Erígena
(que criou uma estrutura quaternária da natureza para provar a existência de
Deus) e Santo Ancelmo (este afirmava que se podemos imaginar no nosso intelecto
algo perfeito como Deus, isso em si já é prova de que ele exista de fato -
Pensamento muito polémico e refutado, principalmente por Gaunilode Marmoutiers,
este afirmava que se somos capazes de imaginar uma ilha maior do que todas as
ilhas, isso não quer dizer que ela necessariamente exista).
O principal Pós-Tomista certamente foi Guilherme de
Ockaham.
Outros nomes da escolástica são: Anselmo de
Cantuária, Alberto Magno, Robert Grosseteste, Roger Bacon, Boaventura de
Bagnoreggio, Pedro Abelardo, Bernardo de Claraval, João Escoto Erígena, João
Duns Escoto, Jean Buridan, Nicole Oresme.
(É importante
termos em mente que Santo Agostinho, não fez parte da escola escolástica, como
constantemente isso é erroneamente ensinado - Agostinho era por certo o maior
nome da escola filosófica Patrística (o qual teve sua existência bem antes do
que a escolástica)
(da Vikipédia)
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