quarta-feira, 7 de março de 2018

Escolástica



Escolástica
Escolástica ou escolasticismo (do termo latino scholasticus, e este por sua vez do grego σχολαστικός [que pertence à escola, instruído]) foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais europeias de cerca dos séculos IX ao XVI. Mais um método de aprendizagem do que uma filosofia ou teologia, a escolástica nasceu nas escolas monásticas cristãs, de modo a conciliar a fé cristã com um sistema de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega. Colocava uma forte ênfase na dialéctica para ampliar o conhecimento por inferência e resolver contradições. A obra-prima de Tomás de Aquino, Summa Theologica, frequentemente, vista como exemplo maior da escolástica.
O pensamento escolástico
De acentos notadamente cristãos, a escolástica surgiu da necessidade de responder às exigências da fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade. Por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da mesma fé. Essa linha vai do começo do século IX até ao fim do século XVI, ou seja, até ao fim da Idade Média. Esse pensamento cristão deve o seu nome às artes ensinadas na altura pelos académicos (escolásticos) nas escolas medievais. Essas artes podiam ser divididas em Trivium (gramática, retórica e dialéctica) e Quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música). A escolástica resulta essencialmente do aprofundar da filosofia.
A filosofia, que, até então, possuía traços marcadamente clássicos e helenísticos, sofreu influências da cultura judaica e da cristã a partir do século V, quando pensadores cristãos perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, em uma tentativa de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como Providência e Revelação Divina e Criação, passaram a fazer parte de temáticas filosóficas. A escolástica possui uma constante de natureza neoplatónica, que conciliava elementos da filosofia de Platão com valores de ordem espiritual, reinterpretadas pelo Ocidente cristão. E mesmo quando Tomás de Aquino introduz elementos da filosofia de Aristóteles no pensamento escolástico, essa constante neoplatónica ainda é presente.
Basicamente, a questão-chave que vai atravessar todo o pensamento escolástico é a harmonização de duas esferas: a fé e a razão. O pensamento de Agostinho, mais conservador, defende uma subordinação maior da razão em relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da razão humana. Enquanto que a linha de Tomás de Aquino defende uma certa autonomia da razão na obtenção de respostas, por força da inovação do aristotelismo, apesar de em nenhum momento negar tal subordinação da razão à fé.
Para a escolástica, algumas fontes eram fundamentais no aprofundamento de sua reflexão, por exemplo os filósofos antigos, a Bíblia e os Padres da Igreja, autores dos primeiros séculos cristãos que tinham sobre si a autoridade de fé e de santidade.
Principais representantes do pensamento escolástico
O pensador máximo da Escolástica claramente é São Tomas de Aquino, podemos deixar isso em evidência pelo fato de dividirmos a Escolástica em pré-tomistas e pós-tomistas.
Os principais pré-tomistas são: João Escoto Erígena (que criou uma estrutura quaternária da natureza para provar a existência de Deus) e Santo Ancelmo (este afirmava que se podemos imaginar no nosso intelecto algo perfeito como Deus, isso em si já é prova de que ele exista de fato - Pensamento muito polémico e refutado, principalmente por Gaunilode Marmoutiers, este afirmava que se somos capazes de imaginar uma ilha maior do que todas as ilhas, isso não quer dizer que ela necessariamente exista).
O principal Pós-Tomista certamente foi Guilherme de Ockaham.
Outros nomes da escolástica são: Anselmo de Cantuária, Alberto Magno, Robert Grosseteste, Roger Bacon, Boaventura de Bagnoreggio, Pedro Abelardo, Bernardo de Claraval, João Escoto Erígena, João Duns Escoto, Jean Buridan, Nicole Oresme.

(É importante termos em mente que Santo Agostinho, não fez parte da escola escolástica, como constantemente isso é erroneamente ensinado - Agostinho era por certo o maior nome da escola filosófica Patrística (o qual teve sua existência bem antes do que a escolástica)

(da Vikipédia)

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